As escutas telefônicas com autorização da Justiça, dentro das investigações que culminaram na Operação Divisa, deflagrada na manhã desta quarta-feira, 16, em São Francisco de Itabapoana, impediram um assalto à única Lotérica de São Francisco de Itabapoana. A afirmação é da delegada Ivana Morgado, titular da 147ª Delegacia Legal de SFI, que comandou a operação e concedeu uma entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira.
Participaram também da coletiva, o promotor de Justiça da Comarca de SFI, Sérgio Ricardo Fonseca, o comandante do 8º Batalhão da Polícia Militar, tenente coronel Fabiano Santos e o comandante da 3ª Companhia da Polícia Militar, tenente Tavares.
A operação
Segundo Morgado, a operação, que apura os crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico de drogas, teve origem em investigações a partir de 2016. Ainda de acordo com a delegada, há suspeita de outros crimes correlatos com a atividade dos investigados, como homicídio, roubo e latrocínio.
Foram expedidos 17 mandados de prisão e 15 mandados de busca e apreensão nas localidades de Ponto de Cacimbas, Rua do Dil, Praça João Pessoa, Macuco e Santa Clara, em São Francisco de Itabapoana, além de Campos dos Goytacazes e Rio das Ostras. Dos 17 mandados expedidos de prisão, 14 foram cumpridos e três pessoas são consideradas foragidas. Durante os trabalhos, dos 14 detidos, três deles foram autuados também em flagrante por tráfico de drogas, receptação e posse de arma de fogo de uso restrito.
Foram apreendidos na operação 320 gramas de cocaína, 3,5 gramas de maconha, R$ 1 mil em espécie, material para endolação, diversos aparelhos celulares usados para comercialização de entorpecente, anotações do tráfico, uma pistola 9 milímetros e sete pássaros da fauna silvestre.
Assalto frustrado a lotérica
A delegada explicou que nos últimos três meses a investigação tomou outro rumo a partir de escutas telefônicas. No monitoramento telefônico, a Polícia Civil descobriu um plano para assaltar a Lotérica de São Francisco. Segundo a delegada, dois elementos presos com um revólver no Centro de São Francisco planejavam praticar o assalto, que foi frustrado pelo trabalho integrado das Polícias. Eles foram detidos pela PM na Rua Daud Salomão Acruche, no início do mês de março deste ano, com um revólver calibre 38.
“É importantíssima essa operação conjunta entre a Polícia Militar, Polícia Civil e Ministério Público, porque, na medida em que vamos dando a pronta resposta aos criminosos, que tanto perturbam a ordem social, isso gera uma sensação que a Justiça está sendo cumprida. A tendência é que melhorem os índices de violência, roubos e homicídios”, disse o tenente coronel Fabiano.
Latrocínio
Outra descoberta durante as investigações ajudou a elucidar o crime de latrocínio ocorrido na Rua da Jaca, em São Francisco de Itabapoana, em janeiro de 2018, em que um produtor rural foi assassinado. Para a Polícia Civil e o Ministério Público esse crime foi praticado por um dos integrantes da quadrilha.
“A autoria desse crime foi esclarecida por conta dessa investigação e da operação de hoje. A gente já vinha monitorando esse grupo há algum tempo e sabemos que é um grupo violento. Esperamos que essa operação traga mais paz ao município”, disse o promotor de justiça.
Ao todo são 17 mandados de prisão temporária, sendo três com duração de cinco dias e os demais com duração de 30 dias, mas a delegada Ivana Morgado disse que irá pedir à Justiça a prisão preventiva dos envolvidos após o fim das prisões temporárias. Dos 14 presos, nove homens foram levados para a Casa de Custódia em Campos e cinco mulheres foram encaminhadas para o Presídio Feminino em Campos.
Forte aparato policial
Segundo Ivana Morgado, foram cerca de 90 agentes envolvidos na operação, entre policiais civis, policiais militares, policiais lotados no GAP (Grupo de Apoio à Promotoria), além de cães farejadores e agentes das Guardas Municipais de Carapebus, Casemiro de Abreu e Rio Bonito.
“O principal objetivo é a redução da letalidade violenta, pois o tráfico de drogas é o maior gerador de homicídios e tentativas de homicídios no município. Após meses de interceptação telefônica adquirimos um vasto conjunto de provas. Este é mais um trabalho integrado entre Polícia Civil, Polícia Militar e Ministério Público/GAECO, que em São Francisco de Itabapoana trabalham discretamente e silenciosamente 24 horas por dia monitorando e atuando constantemente contra qualquer atividade criminosa”, concluiu a delegada.