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GERAL

Médica faz cesárea de emergência em gravida com parada cardiorrespiratória

Procedimento foi feito na recepção de prédio comercial em Sorocaba (SP)

17/05/2018 às 21h09 | By: VNOTÍCIA

A decisão de salvar uma vida foi tomada em poucos minutos, mas marcará para sempre a vida da médica Adriana Aparecida Dias dos Santos. A obstetra e ginecologista foi responsável pelo parto da gestante que sofreu uma parada cardiorrespiratória após uma consulta de pré-natal, em Sorocaba (SP), na segunda-feira (14).

 

A morte de Janaína Gonçalves, de 28 anos, foi confirmada nesta quarta-feira (16). De acordo com Adriana, o último boletim médico recebido pela família indicava que a jovem teve um aneurisma.

 

Com 20 anos de experiência e mais de dois mil partos na bagagem, a médica afirma que a iniciativa de fazer uma cesárea de emergência foi mais difícil que o procedimento, executado de maneira improvisada na recepção de um prédio comercial.

 

 "Nunca passei por isso, mas se não fizesse o bebê teria morrido. Tirava ou ele morria, não tinha uma alternativa. Usei um par de luvas e um bisturi, nunca vou esquecer esse parto."

 

A paciente, de 28 anos, que estava na 38ª semana da primeira gestação, havia acabado de sair do consultório de Adriana e iria para o hospital a pedido da médica, que notou aumento da pressão arterial da mulher. O parto estava previsto para a próxima semana.

 

Ela teve uma convulsão seguida de parada cardiorrespiratória, momento em que a médica foi chamada para prestar os primeiros-socorros. Adriana conta que, durante 20 minutos, ficou fazendo massagem cardíaca até a chegada de uma equipe do Samu.

 

"Ela teve uma gestação tranquila, não tem histórico de convulsão, nenhuma patologia que pudesse resultar nesse episódio. Confesso que fiquei preocupada com a pressão, mas não era grave."

 

A gestante foi ao consultório com o marido, que, segundo a médica, acompanhou toda a operação de resgate. Após o Samu assumir o processo de reanimação da mulher, a médica foi checar a situação do feto.

 

"Peguei o estetoscópio para ouvir os batimentos e estavam a 80, quando o normal é de 120 a 140 por minuto. Nesse momento vi que a criança estava em sofrimento, era como se falasse: 'me tira daqui, pelo amor de Deus'", afirma a médica.

 

A menina nasceu com parada respiratória, foi socorrida pelo Samu ao Conjunto Hospitalar de Sorocaba e transferida ao Hospital Modelo da cidade, sem previsão de alta. A criança nasceu com 2,800 quilos.

 

"Quando o bebê saiu, foi entubado, mas depois, quando estava bem e começou a chorar, eu não aguentei e desabei...foi muito emocionante. Ela [bebê] chegou no hospital mexendo as pernas e os braços, está bem", conta a médica.

 

Após o susto, Adriana diz que, se fosse preciso, tomaria a mesma decisão para fazer jus ao juramento dos médicos. "Nunca mais quero passar por isso, mas temos que salvar a vida de qualquer forma."

 

 

Aneurisma desconhecido

Para a médica, a família da paciente informou que desconhecia o aneurisma. A má formação vascular só pode ser detectada com exames de imagem, como tomografia e ressonância magnética, explica Adriana.

 

"Não tem sintoma e pode romper por conta da pressão ou uma emoção muito forte. Nesses casos, a hemorragia é grave, infelizmente não tem o que fazer."

 

Fonte: G1

 

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