Está previsto para iniciar nesta quarta-feira, 25, o transporte das três pás eólicas do Porto do Açu até o Parque Eólico de Gargaú, em São Francisco de Itabapoana (RJ). A cada dia uma pá será transportada por um único caminhão. A primeira viagem deverá sair do Porto do Açu às 12 horas desta quarta-feira. A previsão do primeiro carregamento passar pelo Centro de São Francisco de Itabapoana é na madrugada desta quinta-feira.
Após descarregar a primeira pá no Parque Eólico, o caminhão fará o trajeto inverso até o Porto do Açu, para carregar a segunda pá. A previsão é que durante o fim de semana toda a logística de transporte das pás esteja concluída.
A complexidade maior no transporte desses equipamentos acontece na passagem pelos trevos e perímetro urbano das localidades. Para se ter uma ideia, para entrar no trevo de Travessão de Campos, a BR-101 terá de ser interditada para a manobra da carreta.
Segundo apurou o VNOTÍCIA, o veículo alugado para esse transporte foi uma carreta especial de eixo móvel, que oferece mais facilidade para as manobras. As três pás eólicas de origem dinamarquesa, são de 40 metros de cumprimento e 9 toneladas cada.
O presidente da Empresa Municipal de Trânsito de São Francisco de Itabapoana (EMTRANSF) coronel Eduardo Dias já está com a equipe de agentes pronta para dar suporte logístico ao transporte.
“Pelos nossos cálculos a carreta deverá chegar ao centro da cidade de SFI por volta das 3 horas da madrugada. Já fiz contato com a empresa transportadora responsável, que solicitou nosso apoio”, disse Eduardo.
As novas pás serão instaladas em uma das torres do Parque Eólico, que terá a estrutura trocada. Nesta quinta-feira, 26, pela manhã, está prevista a desmontagem das pás eólicas que serão trocadas. Um grande quindaste já está posicionado no local desde segunda-feira, 23.
Primeiro parque de energia eólica do Sudeste Brasileiro
Importante para o desenvolvimento e a construção de uma sociedade sustentável, a energia eólica tem custo competitivo e baixo impacto ambiental na implantação e operação. Primeira Central Geradora Eólica da Região Sudeste, o Parque de Energia Eólico de Gargaú tem capacidade instalada suficiente para abastecer uma cidade de 80 mil habitantes.
O parque ocupa uma área de 430 hectares, gera anualmente cerca de 70 GWh de energia e pertence à empresa Omega Energia.
Ao todo, 17 aerogeradores de 1,65 MW integram o empreendimento, cada um com 120 metros de altura. Os equipamentos, modelo V82 da fabricante líder do mercado mundial a VESTAS, sintetizam a busca pelo que há de mais eficaz e moderno na área de energia eólica.
A energia eólica é produzida a partir do movimento de hélices instaladas em torres, que acionam um gerador e produz corrente elétrica. Vários mecanismos como esse são ligados a uma central de transmissão de energia formando um parque eólico.
A quantidade de energia produzida por cada turbina varia de acordo com o tamanho das suas hélices e o regime de ventos na região onde está instalada. A Geração eólica não gera resíduos e necessita uma área bastante reduzida para a instalação dos aerogeradores.
O Brasil está entre os países de maior geração eólica e com o maior fator de capacidade, especialmente no Nordeste. Segundo o Ministério das Minas e Energia, em 2015, de 4% a 5% da matriz energética brasileira é composta por fonte eólica, assim como 35% dos projetos de geração em construção.
Carregamento das três pás chegou no Porto do Açu
Esta foi a primeira vez que o Terminal Multicargas do Porto do Açu (T-MULT), em São João da Barra, recebeu um navio carregado de pás eólicas para geração de energia.
O diretor de Operações da Porto do Açu, Ideraldo Goulart, destacou a eficiência do terminal: “Esta operação inédita no T-MULT consolida o Porto do Açu como uma plataforma de desenvolvimento de soluções para os problemas de infraestrutura logística e de operação portuária no país, dado a sua localização estratégica, grande retroárea e capacidade técnica de toda a equipe”, disse.
Para o especialista comercial da Porto do Açu, Alan Silva, o novo negócio do Terminal Multicargas é resultado do trabalho em conjunto das áreas comercial e operacional: “Este é um marco para o Porto e para o time que vem trabalhando para atrair novos projetos e novas cargas para o T-MULT. Com a importação destas pás oriundas da Dinamarca, o terminal reforça sua consolidação no mercado internacional de cargas de projeto”, afirmou.
O T-MULT já movimenta coque, bauxita, carvão siderúrgico, carga de projetos e carga geral. O terminal ainda tem autorização para operar qualquer tipo de granéis sólidos e potencial para operar contêineres e veículos.
Em operação desde o segundo semestre de 2016, o T-MULT já movimentou 1,15 milhão de toneladas em cargas e recebeu um total de 73 embarcações. Ao longo dos últimos dois anos, o terminal expediu mais de 33 mil carretas. Entre os equipamentos disponíveis no T-MULT estão dois guindastes MHCs Terex/Gottwald 4406B, que possuem um alcance de lança de 46 metros cada e capacidade de içamento de carga de até 100 toneladas. O terminal conta, ainda, com duas empilhadeiras de pátio, duas moegas com capacidade nominal de 360 toneladas/hora cada e duas balanças rodoviárias, além de 10 caixas metálicas e 4 grabs para movimentação de granel.
Terminal Multicargas
Com 160 mil m² de área alfandegada, o T-MULT representa uma nova alternativa de escoamento para o Sudeste brasileiro. O terminal tem 14,5 metros de profundidade e está homologado para receber embarcações com calado de até 13,1 metros. Conta também com 500 metros de cais, sendo 340 metros operacionais, e capacidade anual de movimentação de granéis sólidos e carga geral de aproximadamente 4 milhões de toneladas. Somando os embarques de coque, carvão e bauxita, em 2017 o Terminal Multicargas movimentou dez vezes mais do que em 2016.
No último ano, o T-MULT passou a oferecer Soluções de Logística Integradas para granéis sólidos (Porto/Armazenagem/Transporte). Este tipo de operação movimentou, em seu primeiro ano, mais de 300 mil toneladas. Além das soluções door-to-door para importação e exportação, o terminal também realiza operações multimodais, utilizando um terminal de transbordo instalado a apenas 300 km do Porto.
Com acesso às principais rodovias brasileiras, e especializado no transporte rodoviário de graneis sólidos, atualmente o T-MULT realiza operações integradas de importação e exportação nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul.
Outro diferencial do Complexo Portuário do Açu é o desenvolvimento de uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE), uma área de livre comércio, criada no final de 2017 e destinada à instalação de empresas com 80% de sua receita voltada para a exportação. Instalada na retroárea do porto, entre as indústrias que podem ser beneficiadas com a instalação da ZPE estão a de beneficiamento de rochas ornamentais e de café.