O Ciclismo da Região Norte Fluminense está de luto. Faleceu na manhã deste sábado, 16, após uma queda da bicicleta na BR-356, próximo ao trevo de acesso ao Porto do Açu, o ciclista Edvan Barroso Barros, 44 anos.
O VNOTÍCIA falou com exclusividade com o também ciclista Fabiano Mota de São Francisco de Itabapoana, que estava junto com Edvan no momento do acidente. Ele contou os detalhes de como aconteceu o trágico acidente.
Na manhã deste sábado, Fabiano e o irmão Fabiele Mota saíram para treinar entre São Francisco, Campos e Açu.
“Quando estávamos no Porto do Açu, já para retornar, encontramos concidentemente o Edvan, que é pai do nosso colega de equipe Daniel Brenner, o Gravetto (Daniel, Fabiele e Fabiano integram a equipe UCRJ de ciclismo). Ele se juntou a nós e fomos pedalando de volta para Campos. No caminho, paramos numa padaria para lanchar. Momento em que tiramos a última foto de Edvan, num ponto entre o Porto do Açu e o trevo da BR-356, a cerca de 10 quilômetros antes do acidente”, contou Fabiano com a voz embargada e emocionado.
Fabiano disse que Edvan relatou, no momento em que eles pararam na padaria, que estava se sentindo um pouco fraco e com muita fome. Segundo Fabiano, Edvan comeu bolo e tomou um refrigerante. Após o lanche, eles seguiram pela Estrada do Porto, sentido à BR-356. Quando chegaram ao trevo do Porto, seguiram rumo a Campos. O acidente aconteceu logo após o trevo, já no caminho para Barcelos, em frente a um areal.
O momento do acidente
Fabiano contou que ele e o irmão estavam à frente. Edvan vinha atrás. “Acreditamos que ele tenha passado mal, pois a queda foi, como a gente chama, ‘sem defesa’, ou seja, ele não usou os braços para se defender. Caiu indo com a cabeça direto no asfalto. Ele estava de capacete, mas o impacto no asfalto foi forte. O motorista de um carro que vinha atrás contou que viu quando ele saiu da pista, como se tivesse perdido o equilíbrio no desnível entre a faixa de rolamento e o acostamento, mas, com a velocidade que estávamos, a 33 km/h, acho que a queda não foi provocada pelo desnível no asfalto”, acredita Fabiano.
Fabiano explicou que, para a categoria que eles correm, a “Speed”, a velocidade de 33 km/h é até baixa, mas para uma queda “sem defesa” pode ser fatal.
“A pancada foi toda na cabeça. Assim que aconteceu o acidente, colocamos ele de lado, para que não se sufocasse com o sangue que saiu do nariz, ‘desclipamos’ o pedal da sapatilha e tiramos com cuidado o capacete. Um enfermeiro que estava de folga e passou logo depois nos ajudou nos primeiros socorros. Eu tentava manter a calma, mas meu irmão estava em choque com o estado do nosso amigo. Várias pessoas ligaram para o Corpo de Bombeiros, mas o socorro demorou muito a chegar. Parecia uma eternidade. Até que passou um médico, que também ajudou nos primeiros socorros. Nesse momento Edvan teve uma parada cardíaca. Logo depois chegou o resgate, que o socorreu para o Hospital Ferreira Machado”, relatou Fabiano, que ainda encontrou forças, junto com Fabiele, para seguirem de bicicleta até o Hospital.
“Quando chegamos no Ferreira Machado tivemos a confirmação que ele deu entrada sem vida no Hospital. Soubemos também que ele teve um traumatismo craniano, provocado pela queda. Estamos nos preparando para irmos ao velório, na Primeira Igreja Batista de Goytacazes, onde morava Edvan. Estamos todos muito tristes e abalados por essa tragédia. Antes de encontrarmos o Edvan, ele estava pedalando sozinho. Fica a dica para os ciclistas para que nunca pedalem sozinhos, pois acidentes podem ocorrer”, concluiu emocionado o ciclista.
Muito abalados com o acontecido, do Ferreira Machado, Fabiano e Fabiele voltaram para São Francisco de Itabapoana de carro, com o também ciclista sanfranciscano Vinícius Mendes.
O corpo de Edvan se encontrava até o final da tarde deste sábado no Hospital Ferreira Machado e seria transferido ainda para ser submetido a necropsia no IML e será liberado para sepultamento apenas na manhã domingo. O sepultamento será às 16 horas. O VNOTÍCIA aguarda a confirmação para saber em qual cemitério será o sepultamento.