Fonte: Revista Quem / Reportagem: Marina Bonini
Compadre Washington, do É o Tchan!, viveu um começo de ano atípico. Pela primeira vez em sua carreira ele não trabalhou no Carnaval, cancelado por causa da pandemia. Os planos de celebrar os 30 anos do grupo de axé baiano tiveram que ser postergados.
"A gente nunca parou de tocar e nunca tinha deixado de tocar em um Carnaval. A gente estava com um projeto de celebrar os 30 anos do É o Tchan. Ia ter gravação de DVD, CD novo, biografia para se lançada e um musical contando a história do grupo no teatro. A Covid pausou todos os planos. Para não dizer que não fizemos um show neste período todo, fizemos duas lives e um show em Brasília drive-thru. Depois paramos”, relembra.
Ele conta que achou a decisão de adiar o Carnaval sensata e afirma que não pretende voltar aos palcos antes de todos os brasileiros serem vacinados.
“Eu fui um dos que disse que se não tivesse vacina, era melhor não ter Carnaval. Estamos no meio do ano e pelo jeito não vai ter mesmo Carnaval. Acho que não vai dar tempo de imunizar todo mundo. Eu prefiro esperar o outro Carnaval. Vamos ter calma, se cuidar e se vacinar. Depois terão muitos carnavais para a gente curtir.”
Durante esse período fora da estrada, Compadre tem investido nas plataformas digitais. Ele conta que passa muitas madrugadas conversando com os fãs pelo Instagram, no qual tem mais de 200 mil seguidores.
“A gente começou a se movimentar mais nas plataformas digitais. Eu não entendia muito e ainda estou aprendendo. Meus filhos que são antenados e já fizeram Tik Tok para mim e estão buscando mais engajamento. Estou precisando de seguidores (risos). Eu nunca me toquei para isso. Mas agora a forma que tem é trabalhar digitalmente até isso tudo passar e a gente voltar para a estrada com os nossos projetos. Hoje o que dá para salvar o artista é o número de seguidores, os Tik Toks”, explica.
“Geralmente o pessoal tem assessores para ajudar, mas no meu caso, sou eu mesmo que falo com os fãs diretamente. Às vezes, vou dormir às 5 horas da manhã porque fico batendo papo. Pessoal fala ‘não acredito que é você’. Daí eu ligo a câmera para o pessoal me ver. Tem vezes que faço lives e começam a mandar umas perguntas meio assim e eu falo que vou sair do ar (risos). Nunca me mandaram nudes. Ainda não tive o prazer de receber (risos).”
O cantor, que mora sozinho, tem aproveitado bem o tempo em casa. Além de aprender inglês e tocar cavaquinho, é ele quem cozinha e lava suas roupas. A jardinagem também tem sido um hobby.
“Eu moro sozinho. Sou eu e Deus. Sei cozinhar, lavo roupa, faço jardinagem... E agora estou começando a aprender a tocar cavaquinho. Estou fazendo aula de inglês. Mas achei um pouco difícil e vou partir para o Espanhol. Estou aqui em casa assim, cozinhando e lavando roupa. Quando meus filhos vêm para cá, faço comida para eles, conta.”
Ele também tem acompanhado o BBB21 no tempo livre e torce por Camilla de Lucas para vencer a edição.
“De vez em quando eu assisto, principalmente quando estou na casa da minha irmã. O pessoal lá é viciado. Eu gosto de Juliette, mas a minha preferida mesmo é Camilla. Juliette já ganhou milhões de seguidores, ela vai ganhar muito dinheiro, fazer muitos comerciais... Torço pelo Gil também. Acho que vai chegar no segundo lugar, sair do Brasil e estudar fora com a bolsa de estudos, que era o sonho dele. A Camilla é uma pessoa sensata, que entra em todos os meios. Ela necessita ganhar porque tem menos seguidores... Imagina a Juliette com mais de 19 milhões. Cada postagem dela valendo 30 mil? Ela está bem demais! Passa um milhão fácil”, avalia.
O cantor, que já participou do reality show A Fazenda, diz que só por um bom cachê toparia se confinar no BBB. Ele explica que não costuma aguentar desaforo e que isso poderia ser algo negativo para ele em uma competição.
“Eu já fiz parte de A Fazenda. Fiquei lá 53 dias. É um pouco estressante. Eu me conheço e não ia aguentar levar desaforo. Sou daqueles que bateu, levou. Na Fazenda, o pessoal me chamava de dorminhoco porque eu dormia muito, mas eu fazia isso porque eu queria me isolar. Eu me conheço. Então para não entrar em confusão, me afasto. Tanto é que quando entrei na confusão, saí da Fazenda (risos). Para evitar é melhor ficar em casa. Mas se o dinheiro valer a pena, quem sabe? Eu tenho dez filhos, cinco netos. Dá para ajudar a família.”
LEGADO
Pai de dez filhos, ele se orgulha ao falar do legado que deixou para todos os herdeiros e também para seus irmãos.
“Ganhamos muito dinheiro com o Tchan. Vendemos 16 milhões de CDs no Brasil três milhões fora... No mês, fazíamos 35 shows. Eu fiz pé de meia de todos os meus filhos. Todos os meus filhos tem casa, todos os meus irmãos também e a minha mãe, que agora Deus a tenha, foi a primeira a ter a dela.”
Apesar de viver uma vida confortável, Compadre afirma que não é mais da turma da ostentação. Ele, que já teve quatro carros na garagem, hoje não tem automóvel próprio por achar desnecessário o investimento.
“Na época eu tinha quatro carros na garagem. Tinha que mostrar status. Tinha duas Mercedes e duas BMWs. Para que ter quatro carros na garagem se só tenho dois braços? Um conselho que dou para todos os que estão começando, compre um carro só, básico e bom e invista em casas, terrenos e apartamentos. É isso que vai dar dinheiro e sustância. Não compre carro! Perde logo o valor. Hoje não tenho carro. Eu alugo quando quero ou ando de Uber. O carro dá muito prejuízo, já perde o valor quando sai da loja. Melhor uma casa confortável, com uma televisão maravilhosa, um frigobar do lado da cama”, explica.
SONHO
Com a carreira e a vida que sonhou, Compadre agora deseja apenas que a pandemia passe para que ele possa voltar a ter contato direto com os fãs.
“Meu sonho é o sonho de quase todos os brasileiros, que a pandemia passe e a gente volte ao nosso normal e a fazer show. Deus já me deu tudo o que eu queria e precisava. Trabalhei muito e ele me agraciou. Só peço saúde para a gente se abraçar de novo e se conhecer melhor.”